Na semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla é preciso ficar atento à inclusão no ambiente digital 23/08/2023 - 16:04
Na semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, falar sobre ambientes com acessibilidade é essencial, sejam eles digitais ou físicos. Pequenas ações melhoram a qualidade de vida de modo amplo, não somente para as pessoas com deficiência. “Acessibilidade é autonomia, conforto, e segurança para todos”, ensina o técnico da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, da Secretaria do Desenvolvimento Social e Família, Roberto Leite.
Em linhas gerais, se uma calçada é boa para um cadeirante, com passeio largo e o piso aplainado, por exemplo, ela é simultaneamente boa para um idoso com mobilidade reduzida, ou para uma criança de patinete.
Desde 1985, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) edita o documento “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”. Em 2020, o texto chegou à quarta edição. A norma estabelece, dentre outras medidas para um corredor simples, que deve ser largo o suficiente para que possam passar as pessoas e seus equipamentos (uma ou duas bengalas, andador com rodas ou rígido, muletas, apoios, ou cão-guia).
No ambiente digital ocorre algo semelhante, e os equipamentos que devem atender às necessidades, são as tecnologias assistivas, que permitem, por exemplo, a leitura de itens digitais para as pessoas cegas.
Pensando em proporcionar cada vez mais condições de acessibilidade para as pessoas com deficiência e a sua inclusão, o Governo do Paraná, por meio da SEDEF, está trabalhando na execução de vários projetos, como a plataforma Paraná Acessível.
Nele, um grupo de pesquisadores está desenvolvendo uma plataforma virtual, que unirá dados de locais que possuam acessibilidade às diversas deficiências. Em um ambiente virtual, os próprios usuários poderão inserir suas avaliações e informações, mapeando assim, não apenas locais mas também as pessoas com deficiência no Paraná. “Este é um trabalho conjunto, realizado pela academia, por meio da Universidade Federal do Paraná, a Celepar, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e outras secretarias, que tem como objetivo, apoiar e financiar os projetos municipais de promoção da acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência”, explicou o secretário Rogério Carboni.
Para promover a inclusão das pessoas com deficiência no ambiente de trabalho, ocorrem desde maio deste ano, capacitações que abordam as diversas deficiências e como elas devem ser tratadas. As palestras ocorrem no Palácio das Araucárias e até este mês, mais de 200 servidores do prédio.
No ambiente virtual, para terem acessibilidade, sites, aplicativos ou posts de redes sociais tem de ser feitos e abastecidos dentro de alguns critérios. Nesta matéria especial, você aprende a tornar seus posts de Instagram com acessibilidade para públicos diversos.
Veja a seguir:
Para postar imagens no Instagram
Dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, a empresa Meta recomenda que todas as imagens dos posts tenham também uma descrição em texto. “Tudo que não estiver em texto na legenda ou na área adequada para a acessibilidade não pode ser lido por pessoas cegas”, lembra a estudante de design Thayná Carolina da Silva, da SEDEF.
Vamos ao tutorial.
#1 Descreva a imagem
Foto Foto de foco raso da roda gigante branca – Imagem de Portugal grátis no Unsplash
Para descrever uma imagem, comece pelo amplo, a vá para os detalhes. É importante pensar no sentido da leitura de nosso idioma, então é de cima para baixo, e da esquerda para a direita. Cada descrição depende do olhar de quem escreve, e não há um jeito certo ou errado. Uma descrição possível para a foto acima seria: “Foto de uma roda gigante de hastes e carrinhos brancos, com detalhes em azul. Ela está debaixo de um céu azul com poucas nuvens”.
Quando a imagem tiver algo escrito, a mensagem completa deve compor a descrição. No caso deste exemplo, poderia ficar assim: “Título: ‘Aprenda a postar com acessibilidade’. Foto: Roda gigante de hastes e carrinhos brancos, com detalhes em azul. Ela está debaixo de um céu azul com poucas nuvens”.
#2 Aplique a descrição
Há duas maneiras de utilizar a descrição nas imagens no Instagram. A mais comum é no fim dos posts, depois da legenda, junto a uma hashtag recomendada pela Meta. É a #ParaTodosVerem (vale lembrar que a Meta também recomenda que as hashtags sejam escritas corretamente, com caixa alta para diferenciar as palavras, e com acentos quando for o caso).
Naquele primeiro caso, o fim do post com a roda gigante teria: “#ParaTodosVerem Foto: Roda gigante de hastes e carrinhos brancos, com detalhes em azul. Ela está debaixo de um céu azul com poucas nuvens”. E no segundo caso “#ParaTodosVerem Título: ‘Aprenda a postar com acessibilidade’. Foto: Roda gigante de hastes e carrinhos brancos, com detalhes em azul.
A segunda maneira de legendar suas imagens dispensa a utilização da hashtag (de qualquer maneira, usar a hashtag no post demonstra que a publicação está engajada com a causa da acessibilidade).
Primeiro, escolha a imagem de sua galeria que quer transformar em “feed”. Depois de escrever a legenda de sua preferência, role o aplicativo até o fim e encontre o botão “Configurações avançadas”.
Depois, role o aplicativo de novo e encontre a seção “Acessibilidade”. Selecione o botão “Escrever texto alternativo”.
Finalmente, escreva a descrição da imagem sem a hashtag.
#3 Poste para todos
Pronto. Seu post com acessibilidade está pronto.
#4 Dica extra
Este tutorial foi feito para Instagram, mas muitos outros aplicativos funcionam de um jeito parecido. Vale a pena testar cada um, procurar pelo que é possível. Sempre o uso da opção com hashtag mais a descrição é bem-vindo. Especialmente no WhatsApp.